“Se você é covarde, vá para a igreja dos aleijados”. Foram estas as palavras que ouvi de um pregador cuja fama se espalha no meio televisivo e gospel.
Deplorável a situação com a qual nos deparamos no contexto do mundo cristão no Brasil e no mundo. Concordo com o autor do livro “A igreja, o país e o mundo”, quando diz que se os reformadores estivessem vivos neste tempo, certamente lamentariam e pranteariam diante do que se expõe mediante a boca e as ações daqueles que se intitulam ministros da palavra de Deus. Não sei aonde isso tudo vai chegar. Cada vez mais aumenta o número de feudos denominacionais contendo a suposta verdade do evangelho, cujos adeptos ignorantes biblicamente tornam-se servos particulares de líderes manipuladores.
A igreja cresce no Brasil, contudo tal fato não caracteriza o crescimento qualitativo do evangelho, mas uma verdadeira fachada construída sem fundamento bíblico. Estamos em processo de regressão, ou melhor, de destruição dos valores pelos quais a reforma protestante tanto lutou. Será que voltaremos à Idade Média? A igreja está fragmentada, espelhando vários estilos que projetam interesses subjetivos, e não um ideal cristão e bíblico que sirva como exemplo para uma sociedade decadente.
O crescimento eclesiástico acelera a cada período e cria certa expectativa de que já no ano 2022, os evangelhos componham 50% da população brasileira. Será que esta realidade produzirá alguma diferença e transformação benéfica na sociedade daqui a 14 anos?
É mister que haja uma volta aos princípios por parte daqueles que se nomeiam cristãos genuínos. Para isto muitos terão de romper com paradigmas estruturados pelo cristianismo barato, inventado por homens inescrupulosos. Voltar aos ensinos de Jesus é uma necessidade emergencial. Teremos de repensar nossos conceitos e valores, nossas doutrinas e também muito de nossa teologia. Em outras palavras, teremos de retornar ao primeiro amor.
Muitos não querem pagar o preço, carregar a cruz e seguir as pisadas de Cristo. É mais fácil acomodar-se e dançar conforme a música, de acordo com o ritmo e o tom imposto pela banda podre da elite clerical atual evangélica.
Que males poderão trazer as mudanças que o cristianismo vem sofrendo ao longo de vários anos? É só esperar para ver. Se não houver atitude hoje, é provável que tenhamos uma outra religião vigente no futuro em lugar do que ainda hoje chamamos de cristianismo, e então teremos que saudar nossos novos membros dizendo: Bem-vindos à igreja aleijada!
sábado, 5 de abril de 2008
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