sexta-feira, 26 de outubro de 2007

O mundo nosso de cada dia

Quando eu era criança, ouvia aquela música “mundo o que será de ti, ao soar a última trombeta?” Esse trecho me marcava profundamente. Vinha à minha mente a cena do grande e temível dia do Juízo Final, onde miríades de anjos apareceriam no céu, a igreja seria arrebatada e Jesus Cristo com espada de fogo viria para implantar o seu juízo no mundo. Eu morria de medo. Não queria fazer parte do mundo de jeito nenhum, eu queria distância do pecado, ele lá e eu cá. O tempo foi passando e percebi que as pessoas não estavam muito preocupadas com isso. No mundo isso é normal. Aliás, quem é que se preocupa com pecado no mundão? É só você sair da sua poltrona e ir às ruas nas sextas e nos sábados. É uma festança só, todo mundo é de todo mundo e ninguém é de ninguém. Para eles está tudo legal, é só cada um andar com uma cruzinha no pescoço ou um santinho que estará livre do mal..., será? É o que alguns acham.
Bom, o que mais me intriga não é o mundão. O mundo é o mundo, não é mesmo? O que mais me alarma é a situação em que vivem certas ovelhinhas desgarradas. Estão dentro da cerca, mas quando o rebanho se dispersa, as ovelhas ficam como se não tivessem pastor. Imagine se Jesus contasse a parábola da ovelha perdida hoje. Será que as noventa e nove estariam no aprisco e só uma perdida? Acredito que não. Poderíamos inverter, e dizer que só uma ficaria no aprisco e as noventa e nove estariam nos montes, ou talvez nas boates, nas baladas da noite, pegando um, pegando outras e etc.
Já diz o ditado “Só não vê quem é cego”. A coisa está feia. Deveríamos voltar a cantar aquele hino “Segura na mão de Deus e vai...” Segura mesmo, porque o mundo anda arrastando dezenas de jovens crentes para pular a cerca do rebanho. A realidade é cruel. O mundo é mau, só que as pessoas só percebem isso após terem experimentado os prazeres da carne. O problema é que ninguém quer pagar o preço depois. Descobrem que tudo era ilusão e aí se deparam com conseqüências que são reais e às vezes bem duradouras. Temos levantado a voz, as mãos, os pés no domingo, mas poucos são aqueles que dobram seus corações na presença de Deus todos os dias. Paulo escreveu: “jovens, escrevo a vocês, porque são fortes e já venceram o maligno”. Será que realmente somos fortes de tal maneira que conseguimos vencer o inimigo? O desafio é grande, se não mudarmos a cara da igreja de hoje, seremos com certeza parecidos com o mundo amanhã, aí teremos que mudar a musiquinha para: “igreja o que será de ti ao soar a última trombeta?”