terça-feira, 15 de julho de 2008

Depois de um tempo sem postar nada, devido aos trabalhos e ao próprio seminário, estou de volta. Volto a escrever para que aqueles que leiam traduzam através de uma mente crítica e construtiva uma mudança social e religiosa profundamente relevante no contexto em que vivem. Este é o meu desejo ao produzir meus textos neste blog. Estou de volta pessoal, abçs

Quebrando Paradigmas

A igreja atual está envolvida quase que em sua plenitude por normas e regras que são direcionadas pelas suas tradições. É impressionante como certos costumes são quase impossíveis de serem destronados. É necessário romper com certos paradigmas que muitas vezes impedem que o corpo de Cristo cresça.
A instituição é importante e a estrutura também, mas nenhuma delas pode sobrepor-se às pessoas que são imprescindíveis na constituição do corpo de Cristo. Às vezes, o que se vê hoje, em meio à formação de igreja, serve como pedra de tropeço para a manutenção e o crescimento desta e impede a comunhão e a relação mais próxima entre os irmãos. Por exemplo, muitas comunidades não querem descentralizar o seu culto, isto é, preferem continuar no templo sempre aos domingos, cauterizando assim a mentalidade dos crentes. Por que não se formam pequenos grupos, onde a relação será mais estreita e mais proveitosa, onde as orações serão mais espontâneas, onde os crentes terão mais condições de desenvolverem seus dons e testemunhos? Os cristãos estão acostumados a permanecerem estáticos em relação à comunhão e ao culto. De fato, o que se experimenta atualmente é uma superficialidade cristã, tanto no relacional quanto na prática pessoal de vida cristã.
Outro fator importante é a grande centralização de poder no clero. A igreja ainda carrega em si grande dependência dos pastores, bispos e ministros. Quase um sistema católico medieval. Torna-se desta forma, quase impossível a prática dos dons por parte dos simples expectadores dos cultos. Muitos crentes acham que somente os ministros e pastores devem trabalhar. Isto traz uma religião vazia, sem razão e sem movimento. A igreja primitiva testemunhava, e tal testemunho não era dado apenas pelos apóstolos, mas também por todos os membros daquela instituição. O alvo principal não era o poder no clero, mas no testemunho, não havia tanta hierarquia como hoje existe nas igrejas para centralizar o poder.
É mister pensar em uma igreja que permaneça fiel a palavra e que ao mesmo tempo tenha consciência que sua ação no mundo deve estar atualizada, e que suas tradições são passíveis de mudança.
A reforma trouxe uma nova luz à igreja. Mudanças foram necessárias, pois a religião caíra em um erro fatal, a perda da diretriz dada pela escritura. A igreja cresce no Brasil, entretanto tal realidade não caracteriza o crescimento qualitativo do evangelho, mas uma verdadeira fachada construída sem fundamento bíblico. Estamos em processo de regressão, ou melhor, de destruição dos valores pelos quais a reforma protestante tanto lutou.
Quebrar paradigmas não significa a absorção de novos valores, mas uma volta aos princípios bíblicos que deveria reger a igreja atual. Há muitas questões que devem ser repensadas, contudo, para isso, é importante que o corpo de Cristo, como um todo, tenha coragem de rever seus conceitos diante da sociedade e diante de si mesmo.